Quarta-feira, 16 de Janeiro de 2008

Estranha noite

Do outro lado da rua, num apartamento de frente para o hotel, Fernanda, depois de ter apagado a luz e acendido uma vela, se masturbava, olhando sua própria sombra na parede. Assim que gozou, relaxando todos os seus músculos, tomou um duche e vestiu uma t-shirt, preta, e uma cueca, branca. Gostava muito de usar tons sóbrios. Pegou um cigarro e foi fumar na janela, enquanto observava pessoas a passar. Ia acompanhando cada pessoa, escolhida ao acaso, até que esta desaparecesse no fim da rua. Via casais apaixonados de todas as idades, e sentiu uma ponta de inveja.

Apagou o cigarro no cinzeiro e voltou para fechar a janela. Quando levantou os olhos, notou que, numa janela do hotel, mesmo em frente à sua, havia um homem em tronco nu, a olhar para o nada. Acabou não fechando a janela, ficando ali, a contemplá-lo, sem razão específica, até que aqueles olhos se encontraram com os seus. Ficaram se olhando, mas com pensamentos muito longínquos da imagem recebida pelo campo óptico. Quando perceberam que estavam se olhando fixamente, ele ainda tentou disfarçar, incomodado por ela ter notado que ele olhava para ela. Estimulada pelo constrangimento dele, ela manteve seus olhos firmes, penetrantes.
Atrás dele uma desconhecida dormia, depois do sexo.

Sentiu uma excitação diferente, e pela primeira vez ela resolveu fazer uma loucura. “Desce!”- ela dizia sem pronunciar som algum, apenas fazendo um sinal com os braços e movendo os lábios. Meio sem entender, talvez hipnotizado por aqueles olhos tão penetrantes, ele disse que sim com a cabeça. Ambos entraram em busca de suas roupas e desceram. Ela já estava na portaria do hotel, aguardando. Ele ainda foi buscar a carteira e o casaco, tudo o que tinha levado para o hotel.

- Olá. – ela disse, como se fossem velhos conhecidos.
Caminharam até um café, ali perto, às vezes com silêncio ou palavras muito espaçadas, ditas com calma, como se ainda estivessem a reflectir muito antes de cada palavra que seria pronunciada.
- Desculpe, eu não sou de fazer esse tipo de coisas…
- Ainda bem que fez. Eu vi você olhando para a rua, mas tentei disfarçar. Se você não tivesse me chamado, talvez nunca teríamos oportunidade de falar, de estar aqui agora.
- Já reparou em quantas pessoas passam pelas nossas vidas, mas que nunca tivemos oportunidade de falar com elas?

Um silêncio de concordância com a cabeça. Ambos olham para o chão que vai ficando para trás a cada passo. O único som que se ouve, interrompendo aqueles pequenos espaços de silêncio, é o do pequeno salto dos sapatos da Fernanda, que pisavam com delicadeza as pedras da calçada.

- Acho que deve ter me apetecido sair com um desconhecido hoje… - ela riu, e agora parecia mais tímida.
- Às vezes pensamos que conhecemos as pessoas, mas depois percebemos que elas não passam de pessoas desconhecidas.
Foi ela que concordou dessa vez, silenciosamente. Ah, se ele soubesse que esse tinha sido o resumo da sua história!? Ah, se ela soubesse que esse também era o resumo da sua!?
Olharam-se, enquanto brincavam girando o gelo no copo de licor que pediram.

- Gostaria de fazer amor comigo? – ela perguntou de forma calma, suave e directa, cercando seus olhos.
- Hummm… Como? – quase engasgou, tamanha surpresa.
- Gostaria de ir para a cama comigo? – resolveu mudar a abordagem.
- Não sei… - seria ela um prostituta? Pensou em perguntar quanto cobrava, mas achava melhor deixar que ela falasse. Ou seria uma louca qualquer que tinha o marido em casa e queria pregar-lhe uma peça?
- Não sabe??? Quer ou não quer? – voz meiga, voz penetrante… será um jogo de sedução? Seria ela uma mulher que quisesse se vingar de algum ex-namorado pateta, descontando sua fúria no primeiro ser do sexo masculino que encontrasse pela frente?

Apesar da desconfiança, alguma coisa naquele olhar causava a sensação de estar sendo enfeitiçado. Desconhecia o motivo, mas sentia-se estranhamente à vontade para se entregar. Sabia apenas que aquela mulher estranha, que acabava de lhe fazer um convite também estranho (e surpreendente, porque tinha sido sempre ele a abordar as suas “vítimas”, e. quando não, eram os amigos que apresentavam mulheres para que ele seduzisse para o propósito sexual) causava uma grande reacção dentro dele.

- Sim… Quero… Claro que quero, mas…
- Mas?
- Eu nem sei o seu nome.
- Não precisa de saber… Somos dois desconhecidos… E não é o que toda a humanidade é? Não vai ser contando toda a minha vida e ouvindo a sua história que nos tornaremos pessoas mais confiáveis.
- Você tem razão.
- E tem mais… Eu não estou te pedindo em casamento… Eu só estou perguntando se você quer ir para a cama comigo.

Era a primeira vez que estava com uma mulher que não lhe pedia nada em troca, que não lhe impunha nada, que era tão frontal e objectiva. Era a primeira vez que a abordagem partia dela, e para isso ele não tinha que ter qualquer trabalho imaginativo para convencê-la a estar na sua companhia. Era ela que pedia, ela que queria, sem conhecê-lo, sem saber nada. Não queria lembrar da mulher fria, aquela que acabava de deixar dormindo no quarto do hotel para vir ao encontro de uma desconhecida. Essa mulher misteriosa, de cabelos castanhos e olhos grandes, com uma tentadora silhueta inegável, queria-o nesse exacto momento. Não se preocuparia com o amanhã antes que este chegasse.

Entraram no elevador e ela apertou o botão do quarto andar. Tirou as chaves de um bolso e abriu a porta, num movimento seguro.
Depois de ter conhecido a sala por poucos segundos, entraram directo para o seu quarto, apenas iluminado por uma vela, e ficaram olhando um para o outro, em silêncio. Suas mãos e as dela pareciam ter vontade própria. Quando percebeu, já tinha despido toda a roupa dela, deixando-a nua, iluminada pela luz da vela.

Despiu-se com sua ajuda e manteve-se nu, na sua frente. Seus olhos se encontram, e suas bocas se tocaram num beijo intenso, como se fosse um beijo desejado desde sempre.
Rodou em volta do seu corpo, beijando-lhe o pescoço e esfregando as mãos na sua cintura. Uma música tocava em suas cabeças, e seus corpos dançavam, nesse mesmo ritmo.
Caminharam até a cama, abraçados, sentindo o corpo nu e quente um do outro. Passou a mão esquerda pelo centro das costas bem delineadas dela e com a outra segurou na sua cintura, deitando-a na cama.

Colocou seu corpo em cima do dela. Estava excitadíssimo, mas queria estar ali a explorar aquele corpo, aquele momento, aquela loucura divinal. Beijou sua boca, beijou seu peito, e depois beijou sua barriga macia e sardenta.
Voltou a beijar sua boca, e tocava o seu grelinho com a mão. Seu corpo se levantava, seguindo o ritmo do seu toque. Pegou-lhe nos ombros, fazendo sinal que se deitasse de costas. A respiração dela parecia música.
Seu rabo era macio e sedoso, e, deitando levemente por cima do seu corpo, seu pau ficava se encaixando no seu rego.

Viu um frasco de óleo na sua cabeceira. Encheu as mãos com aquele óleo e começou a lambuzar-lhe as costas, fazendo uma massagem delicada e depois aumentando a intensidade. Colocou seu cabelo para o lado, e também espalhou óleo no seu pescoço. Desceu as mãos pelas suas costelas, e depois subiu. Ela sentia o peso daquelas mãos deslizando pelo seu corpo. Ele desceu um pouco mais, apalpando e acariciando o seu rabo, passando óleo até no seu rego, com um dedo só, e depois passando óleo no seu cuzinho. Desceu mais, apoiando uma mão em cada perna, fazendo com que elas recebessem todo aquele óleo. Levantou seus pezinhos na altura da sua boca, e começou a beijar-lhes, lambendo alguns dedos com a ponta da língua. Depois acariciou com óleo, cada pedacinho delicado daquele pé de tamanho 36. Deitou seus pés novamente na cama. Acariciou a planta do pé, foi subindo, chegou ao joelho, subiu mais, e estava novamente no seu rabo. Acariciou seu cuzinho outra vez, e excitava-se cada vez mais observando seus pêlos se arrepiarem.

Desceu a mão direita e colocou debaixo da sua coninha. Levantou o dedo indicador e deixou no meio do seu clitóris, e ela ficou ralando seu grelinho nele, enquanto ele lhe acariciava o rabo com a outra mão. Com braços ágeis, virou seu corpo de frente, e espalhou óleo por todo o corpo dela, excepto a cona e os seios, que deixaria por último, para seu maior prazer. Espalhou bastante óleo nas suas mãos, e pegou seus seios com suas mãos fortes, e fazia movimentos circulares. Pegou seu pau e colocou no meio deles. Ela segurava-os, e ele sentia seu pau no meio de dois seios molhados de óleo, quentes e desejosos. Desceu até sua coninha, e esteve a passar óleo por ela toda, como se estivesse a untá-la para receber seu membro. Ela respirava, seu peito se levantava, com o pulmão tão cheio de ar.

Penetrou. Sua cona estava quente e húmida. Deitou seu corpo no seu, sentindo o mesmo óleo ir espalhando-se pelo seu próprio corpo. Seus corpos escorregadios arrepiavam, e suas mãos passeavam pelos corpos um do outro, querendo explorar cada pedaço. Ela gemeu, e ele sussurrou no seu ouvido o quanto ela era deliciosa. Meteu e deixou o pénis estar lá dentro por 3 segundos. Levantou um pouco mais e meteu novamente. O corpo dela subia e descia junto com o seu. Suas respirações aceleravam, até que então explodiram num grande orgasmo.

Deitaram e dormiram depois de muito tempo de trocas cúmplices de olhares, ainda ouvindo aquela música imaginária que parecia tocar. Não se preocupou com a mulher que dormia no hotel. A diária do hotel estava paga, e não ia se preocupar com aquela noite angustiante que tivera, se agora havia tido – de forma física e até mesmo espiritual – a melhor experiência sexual da sua vida. Uma comunhão de dois corpos, e também de duas almas.

Amante profissional

segredos de buonarotti2 às 18:08
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